A capacidade das estatinas para inibir a isoprenilação de determinadas
proteínas, envolvidas nos processos de oxidação / antioxidação da parede
vascular, será um dos mecanismos subjacentes às suas propriedades
antioxidantes. A utilização de culturas celulares, permitiu demonstrar que os
inibidores da HMG-CoA reductase inibiram a formação do superóxido e
aumentaram a produção de ON pelas células endoteliais, através da supressão
da isoprenilação das proteínas Rac e Rho 685 686. A proteína Rac é um
componente do complexo NAD(P)H oxidase vascular e leucocitário e a inibição,
pelas estatinas, da sua isoprenilação, impede a sua translocação membranar e a
formação do superóxido687. A proteína GTPase Rho está igualmente envolvida
nas vias de sinalização celular, necessitando da isoprenilação para ser activa. A
inibição deste processo nas células endoteliais, pelas estatinas, resulta no
aumento da produção do ON e da sua acção antioxidante.
Em 115 doentes insuficientes renais crónicos em hemodiálise, homens e
mulheres, verificou-se que, nos medicados com estatinas a actividade da
mieloperoxidase era significativamente menor (17,7 versus 26,6 OD630/min por
mg proteína; p<0,05). Diversos trabalhos no animal têm vindo a confirmar a acção anti-oxidante
das estatinas.
Fonte: Oxidação das Lipoproteínas Humanas de
Baixa Densidade,
Inflamação e Aterosclerose; José Manuel dos Santos Pereira de Moura; COIMBRA
2010; DISSERTAÇÃO DE DOUTORAMENTO
APRESENTADA À FACULDADE DE MEDICINA
DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Thaynara Albuquerque
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