terça-feira, 14 de junho de 2016

CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO SÓLIDO DAS AMOSTRAS EM CONDIÇÕES AMBIENTE DE FLUVASTATINA

A caracterização física no estado sólido de fármacos tem se tornado uma área de grande interesse na farmácia, e tem sido objeto de muitos estudos nos últimos anos (BRITTAIN, 2011;CHIENG, RADES, AALTONEM, 2011; BRUSAU et al.,2008;CUFFINI et al., 2007; MARTINO et al., 2007; PALACIO et al.,2007; GAMBERINI et al., 2006; AGRAWAL et al., 2004; HUANG,TONG, 2004). No entanto, para alguns fármacos, como é o caso da FLV, estudos de uma caracterização completa do estado sólido e diferentes polimorfos não tem sido relatados. Encontramse na literatura trabalhos que relatam melhorias na estabilidade química e física, em aplicações da FLV com polímeros (PAPAGEORGIOU et al., 2009) e preparação de sistemas intercalados (PANDA, DRIVASTANA, BAHADUR, 2009).
Entretanto, pode-se observar que os padrões de DRX (Difração de Raios-X de Pó) para o fármaco puro, que foram relatados nesses trabalhos, apresentam formas cristalinas diferentes. Portanto, esses resultados são válidos com esse polimorfo e poderiam ser diferentes dependendo da forma cristalina da FLV (Fluvastatina Sódica) utilizada. Destaca-se, também, que várias patentes referentes à obtenção de formas cristalinas da FLV encontram-se depositadas, porém a caracterização destas formas apresentada nos registros é bastante incompleta (LIFSHITZ-LIRON et al., 2008; VAN DER SCHAAF, BLATTER, SZELAGIEWICZ, 2008; CHAVHAN, et al.,2008; HUANG, 2007; RAO et al., 2007; VAN DER SCHAAF, BLATTER, SZELAGIEWICZ, 2006; VAN DER SCHAAF et al., 2005; SURI, SARIN, 2004; HORWATH, 2000). É importante salientar que este fármaco não possui, até o presente momento, a sua estrutura cristalina resolvida.
No Brasil a FLV é comercializada por apenas duas empresas nas formas de comprimidos e cápsulas. Encontra-se monografia na farmacopeia americana tanto para a matériaprima, como para as formas farmacêuticas de comprimidos e cápsulas. Para realização do trabalho proposto, a matéria-prima de FLV-MP foi adquirida por importação de fornecedores da China e a substância química de referência (FLV-USP) foi apresentava-se como pó fino e branco enquanto que FLV-USP possuía aspecto cristalino de coloração amarela. FLV é um fármaco de Classe I (BUDAVARI,2006;MOFFAT et al., 2004; KASIM et al., 2003; YU et al., 2002) com tendência higroscópica. A USP em sua monografia para FLV indica a realização da determinação do conteúdo de água antes do início do uso da substância em experimentos. A monografia da USP para FLV estabelece que o conteúdo de água não seja superior a 4%. FLV-MP (Matéria-Prima de Fluvastatina) foi adquirida contendo 4,1% de água, conforme laudo emitido pelo fornecedor, no entanto experimentalmente encontrou-se um teor de 3,93% de água. Enquanto que, FLVUSP, conforme preconizado pela USP, o conteúdo de água foi determinado antes de sua utilização nos experimentos, obtendose como resultado teor de 9,2%. É válido salientar que nos laudos de FLV-MP e FLV-USP não é mencionado que FLV possa estar na forma de hidrato.

Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE; PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA – PPGFAR; CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUIMICA DE DIFERENTES FORMAS CRISTALINAS E ESTUDOS DE ESTABILIDADE DE FLUVASTATINA; DOUTORADO;  Sílvia Helena Miollo Borgmann; Florianópolis 2012.


Thaynara Albuquerque

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